Turma do faça você mesmo
A distância, a dificuldade de transporte e o custo de um passeio longe de casa são alguns motivos que fazem os jovens que buscam diversão e arte em Jaboatão ficarem próximos dos seus próprios bairros. O músico e produtor Sérgio Damião, conhecido como Sombra, sabe disso desde que passou a produzir o festival Raízes, que chega à décima edição este ano. Ocorre entre maio e julho, no Clube Ferroviário. Guitarrista da banda Pluggins, o músico é um grande articulador cultural.
´A galera de Candeias e Jaboatão Velho é muito afastada, é como se fossem cidades diferentes`, diz. Seu caso é diferente. Sombra conhece muita gente pois, além de circular com a banda (toca mais no Recife que em Jaboatão), tem um estúdio para ensaio e promove o festival por onde já passaram 90% das bandas de rock em atividade na cidade. Ele já tentou apoio da prefeitura, mas nunca conseguiu. O festival se sustenta com o esforço dos músicos envolvidos. No final, os produtores montam dois palcos e contratam um bom equipamento. Ano passado, o público pagante foi elogiado pelo músico Cannibal, da Devotos, que conhece na prática a filosofia do ´faça você mesmo`.
Cannibal é um ídolo das bandas de Jaboatão. ´O que mais me impressionou, quando estive ano passado no festival Raízes, além do talento das bandas, é que havia milhares de pessoas na plateia, só a rapaziada de Jaboatão. Me lembrou o começo, no Alto José do Pinho. A gente não tinha apoio nenhum, mas fazia assim mesmo e o público comparecia em peso`, confirma Cannibal. Ele ainda elogia a postura da Pluggins, que considera ´muito boa`. ´Eles colocam projetos para tocar em palcos, já conseguiram vir tocar no São João do Recife, mas quando não têm projetos aprovados, continuam a fazer seus lances`, diz o vocalista.

Sérgio Damião, o Sombra, é produtor do festival Raízes. Foto: Lucas Oliveira/Esp DP/D.A PressIndependência
Esta é a palavra chave para trabalhar numa cidade que durante anos viveu sob esquemas corruptos, descaso e desmando dos gestores públicos. O produtor e artista plástico Carlota Pereira mora no Centro de Jaboatão e sofre com a falta de programação cultural. ´Temos muitos gargalos a serem resolvidos. Empresas instaladas que pagam seus tributos aqui preferem apoiar projetos de outros locais. Tem a problemática do patrimônio, material e imaterial. A cidade destruiu seu casario histórico`, reclama. Sem esquecer as obras no Cine Samuel Campelo. ´Está sendo reformado, mas ninguém sabe como será gerido`, emenda Carlota.
Frequentadores dos clubes Farroviário e Jaboatonense, onde só se toca brega, forró e suingueira, os moradores do Centro de Jaboatão estranham eventos como a Sexta Cultural, que Carlota ajuda a produzir, junto com Jorge Germano, representante da ONG Centro Macambira. ´Exibimos filmes nos espaços públicos ou na rua mesmo. O mais difícil aqui em Jaboatão é a ausência de diálogos, a falta de fóruns, de discussão. Se a gente aprova um projeto pela Fundarpe,prefere fazer no Recife`, assume Jorge. (M.A)
A distância, a dificuldade de transporte e o custo de um passeio longe de casa são alguns motivos que fazem os jovens que buscam diversão e arte em Jaboatão ficarem próximos dos seus próprios bairros. O músico e produtor Sérgio Damião, conhecido como Sombra, sabe disso desde que passou a produzir o festival Raízes, que chega à décima edição este ano. Ocorre entre maio e julho, no Clube Ferroviário. Guitarrista da banda Pluggins, o músico é um grande articulador cultural.
´A galera de Candeias e Jaboatão Velho é muito afastada, é como se fossem cidades diferentes`, diz. Seu caso é diferente. Sombra conhece muita gente pois, além de circular com a banda (toca mais no Recife que em Jaboatão), tem um estúdio para ensaio e promove o festival por onde já passaram 90% das bandas de rock em atividade na cidade. Ele já tentou apoio da prefeitura, mas nunca conseguiu. O festival se sustenta com o esforço dos músicos envolvidos. No final, os produtores montam dois palcos e contratam um bom equipamento. Ano passado, o público pagante foi elogiado pelo músico Cannibal, da Devotos, que conhece na prática a filosofia do ´faça você mesmo`.
Cannibal é um ídolo das bandas de Jaboatão. ´O que mais me impressionou, quando estive ano passado no festival Raízes, além do talento das bandas, é que havia milhares de pessoas na plateia, só a rapaziada de Jaboatão. Me lembrou o começo, no Alto José do Pinho. A gente não tinha apoio nenhum, mas fazia assim mesmo e o público comparecia em peso`, confirma Cannibal. Ele ainda elogia a postura da Pluggins, que considera ´muito boa`. ´Eles colocam projetos para tocar em palcos, já conseguiram vir tocar no São João do Recife, mas quando não têm projetos aprovados, continuam a fazer seus lances`, diz o vocalista.

Sérgio Damião, o Sombra, é produtor do festival Raízes. Foto: Lucas Oliveira/Esp DP/D.A Press
Esta é a palavra chave para trabalhar numa cidade que durante anos viveu sob esquemas corruptos, descaso e desmando dos gestores públicos. O produtor e artista plástico Carlota Pereira mora no Centro de Jaboatão e sofre com a falta de programação cultural. ´Temos muitos gargalos a serem resolvidos. Empresas instaladas que pagam seus tributos aqui preferem apoiar projetos de outros locais. Tem a problemática do patrimônio, material e imaterial. A cidade destruiu seu casario histórico`, reclama. Sem esquecer as obras no Cine Samuel Campelo. ´Está sendo reformado, mas ninguém sabe como será gerido`, emenda Carlota.
Frequentadores dos clubes Farroviário e Jaboatonense, onde só se toca brega, forró e suingueira, os moradores do Centro de Jaboatão estranham eventos como a Sexta Cultural, que Carlota ajuda a produzir, junto com Jorge Germano, representante da ONG Centro Macambira. ´Exibimos filmes nos espaços públicos ou na rua mesmo. O mais difícil aqui em Jaboatão é a ausência de diálogos, a falta de fóruns, de discussão. Se a gente aprova um projeto pela Fundarpe,prefere fazer no Recife`, assume Jorge. (M.A)
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